PAIXÃO

 Sempre

me dei aos teus braços

como um pássaro aprisionado.


O meu olhar 

cintilava ao fremir das asas 

do teu voo 

e juntos voávamos mais.


Rasguem-me as penas

sadicamente uma por uma 

e mesmo assim verão 

que belo pássaro aprisionado 

incansável esvoaça contigo 

doido no amarelo da esperança

à nudez de cada manhã.


CAVEIRINHA, José,Poemas da Prisão,

     Maputo, Editora Ndjira,2003

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