Mensagens

Escritores Moçambicanos e as suas obras

Paulina Chiziane Vida Paulina Chiziane  ( Manjacaze ,  Gaza , 4 de Junho 1955) é uma  escritora   moçambicana . Paulina Chiziane cresceu nos subúrbios da cidade de  Maputo , anteriormente chamada  Lourenço Marques . Nasceu numa família protestante onde se falavam as línguas  Chope  e  Ronga . Aprendeu a  língua portuguesa  na escola de uma missão católica. Começou os estudos de  Linguística  na  Universidade Eduardo Mondlane  sem, porém, ter concluído o curso. Participou activamente à cena política de Moçambique como membro da  Frelimo  (Frente de Libertação de Moçambique), na qual militou durante a juventude. A escritora declarou, numa entrevista, ter apreendido a arte da militância na Frelimo. Deixou, todavia, de se envolver na política para se dedicar à escrita e publicação das suas obras. Entre as razões da sua escolha estava a desilusão com as directivas políticas do partido Frelimo pós-independência. Iniciou a sua actividade literária em 1984, com contos publicados na  imprensa  

A SOLIDÃO

              Solidão Certa vez, um jovem que vivia nas zona nobre da cidade de Maputo, filho de país milionários, costumava desprezar os pobres e humildes, ele vivia tentando agradar os amigos e outras pessoas da alta sociedade, ele fazia festas todas as sextas feiras, e frequentava locais que ele mesmo não se sentia a vontade, mas estava lá pelos amigos. Certo dia ele saiu do Conforto e foi visitar as zonas mais pobres da cidade, e conheceu uma linda mulher chamada Maria, jovem muito humilde de bom coração e carácter, ele conheceu ela e ficaram apaixonados. Tiveram um lindo romance até que um dia, ele descobriu que ela estava grávida e ele ficou tão feliz, até que ele apresentou ela aos seus amigos que lhe riram e falaram não dá Maria, como ele foi se meter com uma pobretona, eles dizendo você acredita que esse filho e seu? Deve ser uma qualquer por aí procurando alguém para mudar de vida e te achou. Ele como não tinha opinião própria sobre os amigos, rejeitou a Maria e foi todo tris

MENINA ESTUDIOSA

 Era uma vez, numa cidadezinha de Maputo, uma jovem dos 17 anos de idade, de família humilde, tenta concorrer para a maior faculdade do país a UEM. Ela já sabia que não seria fácil, ela tinha foco, pois muitos jovens, senhor que a conheciam diziam que ela não teria futuro pra nada, a única coisa que ela podia fazer era servir nas tarefas domésticas, cuidar das crianças etc.. Até que um certo dia um senhor rico da cidadezinha foi ter com a avó da Leticia, dizendo que ela quer tomar ela como a sua terceira esposa, o senhor dos 60 anos, pois está época era normal uma jovem de casar com um senhor mais velho. E a avó recusou e disse que a neta, não tem idade para isso, que deveria estudar e nada mais. O senhor todo chateado sai e ameaça a avó da Letícia dizendo que: vocês verão o que vou fazer, não aceito isso.  Um certo dia a Leticia foi fazer compras no mercado e o senhor tendo abusar da Letícia, mas ela conseguiu escapar e correu contando a avó, a avó toda assustada disse para a neta ir

SONHO DE MÃE NEGRA

Mãe negra Embala o seu filho E na sua cabeça negra Coberta de cabelos negros Ela guarda sonhos maravilhos Mãe negra Embala o seu filho E esquece Que o milho já a terra secou Que o amendoim ontem acabou Ela sonha mundos maravilhos Onde o seu filho iria à escola À escola onde estudam os homens Mãe negra Embala o seu filho E esquece Os seus irmãos construindo vilas e cidades Comentando-as com o seu sangue Ela sonha mundos maravilhos Onde o seu filho correria na estrada Na estrada onde passam os homens Mãe negra Embala o seu filho A escutando A voz que vem longe Trazia pelos ventos Ela sonha mundos maravilhos Mundos maravilhos Onde o seu filho poderá viver SANTOS, Marlino dos,Conto do Amor Natural, Coleção Timbila,n-°1, Maputo, Associação dos Escritórios Moçambique

PAIXÃO

 Sempre me dei aos teus braços como um pássaro aprisionado. O meu olhar  cintilava ao fremir das asas  do teu voo  e juntos voávamos mais. Rasguem-me as penas sadicamente uma por uma  e mesmo assim verão  que belo pássaro aprisionado  incansável esvoaça contigo  doido no amarelo da esperança à nudez de cada manhã. CAVEIRINHA, José,Poemas da Prisão,      Maputo, Editora Ndjira,2003

O MEU PREÇO

Eu cidadão anónimo  do País que mais amo sem dizer o nome se é para me dar de corpo e alma dou-me todo como daquela vez em chaimite. Dou-me em troca de mil crianças felizes  nenhum velho a pedir esmola uma escola em cada bairro salário justo nas oficinas filas de camiões carregados de hortaliças um exercício de operários todos com serviço  um tesouro de belas raparigas maravilhando as praias e ao vento da minha terra uma bandeira sem quinas, Se é para me dar Dou-me de graça por conta disso Mas se é para me vender vendo-me mas vendo-me muito caro. Ao preço incondicional De quanto me pode custar este poema                                              (Dezembro/1969) Craveirinha, José,Cela 1, Maputo, Instituto Nacional do Livro e do disco,1980